Hoje estava escolhendo feijão para cozinhar. Há quanto tempo não fazia isso… Não porque eu fizesse feijão sem escolher, mas porque há muito tempo eu não preparava a minha própria comida.
Ali, escolhendo feijões, fiquei concentrada, olhando com cuidado cada grão e separando aqueles que estavam bons dos que estavam feios, quebrados e até de algumas pedrinhas. Estava ali, colocando atenção no que eu iria comer. Avaliando e escolhendo a qualidade da minha própria comida. Brincando com alguns grãozinhos eu estava colocando afeto no preparo do meu alimento.
Escolher feijões envolve ter tempo para a escolha. Ter paciência com os grãos que não estão perfeitos, pois mesmo sem terem a forma perfeita, após cozidos eles serão muito saborosos.
Escolher feijões permite tirar o que não serve mais, o que não fará bem, ou o que será meio duro de engolir. Não precisamos de pedras no feijão, mas se não estivermos atentos à escolha, lá se vai um dente na mordida despreocupada!
Escolher feijões aguça o toque das mãos na textura dos grãos ou das pedrinhas. Muitas vezes dá até para sentir o cheiro dos grãos quando mexemos de um lado para o outro à procura das pedras. Escolher feijões aguça os sentidos!
Escolher feijões acalma os pensamentos atribulados e traz a cabeça para o agora, não se devendo pensar no cozimento do grão ou no momento da colheita. Para uma boa escolha é necessário manter a atenção apenas no agora.
Escolher feijões não é apenas escolher feijões.
Escolher feijões fala sobre cuidar de si.
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