Sou um pouco desorganizada com dinheiro. Não sei bem quanto tenho, quanto gasto, quanto guardo. Mas esse ano resolvi dar atenção a isso. Talvez porque eu esteja ficando mais madura e pensando na minha aposentadoria, talvez porque eu queira mudar algumas coisas na maneira como trabalho e para isso precise de uma reserva mais robusta.
Fato é que, a louca dos cursos que vos fala, comecei a pesquisar algumas referências, sites, cursos, até que li uma matéria na Revista Vida Simples, com um consultor financeiro chamado Eduardo Amuri, e gostei do jeito simples e prático como ele falava sobre grana. Resolvi comprar seu livro e fazer um curso online sobre o mundo das finanças para os autônomos.
Comecei amando porque eu não precisaria fazer uma planilha de Excel! Sério, planilhas me matam, mas amo um caderno sem pauta, post-it e canetas coloridas, e pude fazer desta forma. Dei uma olhada nos gastos do últimos meses, fiz uma previsão bem simples dos gastos para os próximos e coloquei no papel.
Colocar no papel faz muita diferença (ou no Excel, para quem gosta). Visualizar como você gasta seu dinheiro, o que você come, onde investe o seu tempo, bem ali na sua frente e não apenas dentro da sua cabeça, de fato faz acender uma luzinha (atenção, ela pode ser vermelha!)
Me propus a pensar antes o quanto iria gastar de dinheiro naquela semana, saquei no caixa eletrônico e fui pagando com papel, vendo o dinheiro entrar e sair da minha carteira. Eu estava prestes a viajar e, mulher, você sabe né?, queria perder uns quilinhos. Bem, se olhar o meu dinheiro e programar os gastos estava funcionando, quem sabe não funcionaria com a comida também?
Longe de eu comer mal, como muito bem, mas as vezes é muito mesmo. E assim como o dinheiro, eu só olhava para o que tinha feito, depois de já ter feito, quando eu não podia mais mudar. Passei a fazer diferente, comecei a escrever na agenda de papel como seria minha semana, onde estaria a cada dia, quanto tempo fora de casa, quais refeições faria na rua e quais dias chegaria em casa tarde, cansada e sem saco para cozinhar. A partir disso passei a fazer uma lista (por escrito) do que eu iria comprar no mercado. No domingo já deixava tudo no jeito: salada lavada, grãos demolhados e cozidos, frutas limpas e, se necessário, picadas.
Todo dia a noite separava a marmita do dia seguinte e de manhã eu saía de casa sabendo o que ia comer, quanto e com uma variedade de cores. Com pouco esforço eu economizei dinheiro e alguns quilos.
Se funcionou com o dinheiro e a comida, porque não funcionaria com a atividade física? Ao invés de olhar para a semana que passou e pensar: eu poderia ter feito, comecei a olhar para a semana que viria e pensar: eu vou fazer. Estabeleci uma rotina de caminhada e yoga pela manhã e segui!
Sim, sou médica, trabalho com
para melhorar a saúde, sei toda a teoria envolvida, quantos minutos de exercício devo fazer, quais alimentos devo comer, quais práticas são boas para minha saúde mental. Mas também sou humana, workaholic e geminiana, então com frequência me atrapalho, fico sem rotina e faço as coisas quando dá.
E assim como eu, muita gente também se atrapalha com a saúde, e talvez com o dinheiro, pois não olhamos para a frente, não pensamos o que pode acontecer. Em geral olhamos para trás e pensamos o que poderia ter sido diferente, mas já não há mais tempo para mudar.
Não conseguimos colocar a saúde no papel, ela é um bem precioso mas um tanto impalpável. Por isso ficamos sem saber o que fazer para cultivá-la. Quase nunca a gente pensa que o comemos, os movimentos com o corpo e o quanto relaxamos hoje são a poupança para a qualidade de vida que teremos daqui dez anos.
Olhar para frente, me programar e organizar onde, quando e como gasto meu dinheiro me fez mudar hábitos importantes para promover a minha saúde. Quem sabe gastar alguns minutos cultivando a sua saúde todo dia não seja um excelente investimento para você também?”
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